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Cão, o melhor amigo do policial

Tudo sobre o cão policial. Como um cão se torna policial, como é o treinamento e qual seu trabalho. Uma homenagem ao melhor amigo do policial.  

28/07/2016 – Saga Policial /

As forças policiais de diversos países usam cães em várias ações. Eles são usados principalmente para rastrear pessoas, farejar materiais ilegais, intimidar criminosos e até mesmo apontar autorias de crimes. Seu uso e potencial se intensificaram muito nos últimos anos.

Além da sensibilidade, o olfato de um cão é muito delicado. Eles podem discernir um odor específico, mesmo quando existem dezenas de outros cheiros ao redor.

Traficantes de drogas tentam enganar cães farejadores envolvendo as drogas em toalhas embebidas com perfume, por exemplo, mas os cães podem encontrá-las da mesma maneira.

O trabalho de um cão policial vai muito além de somente seu poderoso olfato. O rosnado intimidante de um cão Pastor Alemão bem treinado, por exemplo, pode fazer com que muitos criminosos optem por se render ao invés de correrem ou lutarem.

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K-9 Colt recebendo um afago do seu guia, PRF Vieira Lima do GOC PI

História

Os cães policiais já eram usados no século XVIII. No entanto, foi na Primeira Guerra Mundial que países como a Bélgica e a Alemanha formalizaram o processo de formação dos cães e começaram a usá-los para tarefas específicas, tais como a guarda (o que originou a famosa série Rin-Tin-Tin).

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Cão Pastor alemão com municao e mensagens na 1ª guerra mundial

A prática continuou durante a Segunda Guerra Mundial. Os soldados que regressavam do conflito costumavam contar histórias sobre os cães bem treinados que estavam sendo usados em ambos os lados. Logo em seguida começou em Londres, e em outras cidades européias, o programa K-9 (K-9 é um homófono Inglês de canino – “canine”).

O uso de cães policiais nos Estados Unidos começou com força na década de 70.

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Fundador da Fireside K9 Duncan Matthews e o famoso cão policial Kiro (in memorian)

Como é o cão adequado para a função?

Os principais atributos de um cão policial bem sucedido são a inteligência, um bom nível de agressão, força e olfato.

A maioria dos cães policiais são do sexo masculino, que mantêm a sua agressividade natural. Esta agressão deve ser mantida sob controle com um minucioso e rigoroso treinamento.

Como se obtém um cão policial? 

Os departamentos de polícia obtêm este tipo de cães doados por seus donos, ou porque eles foram treinados para o trabalho policial desde filhotes. Os cães importados da Europa têm várias vantagens sobre os cães criados na América.

Na Europa os padrões de criação são muito rigorosos. Os cães são medidos por seus atributos físicos e são criados para o trabalho policial somente se cumprirem alguns critérios, visando uma boa qualidade genética. Além disso, os organismos europeus de cães policiais são internacionalmente reconhecidos.

Antes que um cão chegue aos Estados Unidos, por exemplo, terá que ter passado por um treinamento rigoroso e alcançado uma certificação internacional.

A desvantagem de usar cães europeus na América é o alto custo. A compra de um cão europeu neste perfil está uma média de 8.500 dólares, sem contar o custo do envio da Europa para a América.

No entanto, em muitos casos, os cães policiais retornam o dinheiro investido com o dinheiro apreendido com os traficantes de drogas.

Em muitos países um cão policial e o seu treinador formam uma unidade K-9. Apenas os cães altamente dedicados são considerados para essas unidades. Eles devem ter registros exemplares, uma personalidade extrovertida, enérgica e um forte condicionamento físico.

A carreira de um cão policial, geralmente, dura cerca de seis anos.

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Foto mostra agente Doug Burgett e cão Zurki, da delegacia na Flórida (Foto: Santa Rosa Sheriff’s )

Como um cão se torna policial?

Todos os cães da polícia devem primeiro se tornar especialistas em treinamento de obediência básica. Eles devem obedecer as ordens de seus treinadores sem hesitação.

Isso é o que mantém a agressividade inerente do cão sob controle e permite que o agente treinador controle a quantidade de força que o animal está usando contra um suspeito.

Um cão policial situa-se em locais públicos e é usado para funções como a de identificação de drogas. As palavras de comando são utilizadas na língua nativa do treinador.

O cão policial deve ser capaz de saltar sobre as paredes, escadas e é aclimatado à vida da cidade.

Finalmente, cada cão recebe treinamento em sua especialidade. Muitos cães são treinados para encontrar drogas, outros bombas, armas ou pessoas.

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Grupo Especializado em Bombas e Explosivos da Polícia Federal (GBE) é composto por peritos criminais federais habilitados como explosivistas. São utilizados cães farejadores e robôs antibombas.

Como são treinados os cães policiais? 

O processo começa quando o filhote faz quatro meses de idade. Nesse período inicial, que dura cerca de oito semanas, o animal limita-se a brincar e a conviver com o policial que será seu parceiro constante. Assim, acostuma-se a identificar o dono pelo cheiro e a comunicar-se com ele. Do sexto ao décimo-quinto mês, o cão passa pelo adestramento propriamente dito, que segue duas ações básicas. A primeira é a repetição de palavras curtas – ordens como “senta!” – até o animal aprender a reconhecê-las. A segunda é uma recompensa, como um biscoito ou um brinquedo, dada quando esses comandos são obedecidos. Na fase mais avançada, o bicho aprende a atacar uma pessoa, prendendo-a com os dentes até o policial mandar soltá-la – além de ser instruído a subir e descer escadas, saltar de lugares altos e habituar-se ao barulho de tiros.

Normalmente, esses cães trabalham nas seguintes ações policiais: imobilizar um suspeito até que seja revistado; atacar criminosos; reconhecer, pelo faro, drogas e explosivos; e localizar pessoas desaparecidas na mata ou em um cativeiro. O aprendizado de cada uma dessas tarefas segue o mesmo método de ordem e recompensa. Com algumas exceções, os cachorros são da raça pastor alemão. “Isso porque ela é completa: sociável, apegada ao adestrador – e com força e resistência adequadas à atividade policial”, diz o capitão Daniel Ramos Ignácio, do Canil da Polícia Militar do Estado de São Paulo.

Ordem de ataque 

Uma só palavra, mantida em segredo pela polícia, serve de comando para o cão render o inimigo.

  1. As viaturas que levam cachorros são adaptadas com uma plataforma de madeira no lugar do banco traseiro. O cachorro é treinado para pular pela janela e correr em direção ao suspeito, assim que recebe a ordem;
  1. O cão salta sobre o sujeito e agarra seu braço com os dentes, imobilizando-o. Uma mordida dessas equivale a 500 quilos de pressão – um bom motivo para usar, no treinamento, luvas resistentes como a que se vê na foto. Se o suspeito estiver armado, normalmente o impacto do ataque faz a arma cair no chão;
  1. Enquanto não ouve o comando para soltar sua presa, o cão mantém o sujeito imobilizado. Quando o policial chega, ele mesmo rende e revista o suspeito – mas o cão observa tudo, pronto para atacar mais uma vez, se for preciso.

É fogo!

Um cão policial não pode ser medroso. Esta é uma das razões pela qual o treinamento inclui saltos através de uma roda em chamas. O exercício também serve para que o animal saiba o que fazer se for obrigado, por exemplo, a pular pela janela de uma casa incendiada.

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Cão Titan, da PM de Mato Grosso

Os especialistas 

Outras raças, além do pastor alemão, são treinadas para tarefas específicas.

O rottweiller, bem mais agressivo que o pastor alemão, é preferido no combate a rebeliões, pelo chamado efeito psicológico: faz qualquer um tremer de medo. Ainda por cima, a pressão de sua mordida equivale a 800 quilos, quase o dobro do pastor. Em compensação, por ser mais pesado e troncudo, cansa mais rápido – motivo pelo qual não é tão utilizado em patrulhamentos rotineiros.

Por seu olfato hipersensível e seu instinto de caçador, o labrador é o escolhido para dar plantão farejando drogas em aeroportos e bloqueios rodoviários. Ele é treinado para isso desde pequeno, ganhando ossos de brinquedo recheados, por exemplo, com maconha. A raça é capaz de identificar 25 tipos diferentes de odores, alguns deles imperceptíveis para os seres humanos.

O pastor belga de Malinoá, parente do pastor alemão, é o favorito para a delicada missão de detectar, também pelo olfato, explosivos como pólvora e dinamite. O animal é treinado para jamais encostar nos objetos, pois muitas bombas podem explodir com um simples toque. O labrador, apesar de seu faro fino, é estabanado demais para isso.

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Apache, um cão da raça bloodhound da PM de São Paulo

Os cães da Polícia Federal são doados pelos Estados Unidos e treinados no Brasil.

O objetivo é ganhar a bolinha, entregue quando a missão é cumprida. Porém, antes que o momento de distração chegue, os cães que atuam em operações da Polícia Federal desempenham funções que não são brincadeira. Com o faro apurado, eles desmantelam quadrilhas de tráfico de drogas e descobrem explosivos, tarefas para as quais são treinados por até um ano. Selecionados nos Estados Unidos, esse animais vêm ao Brasil, onde aprendem a técnica a ser aplicada nas ações. Desde 2015, todo o processo é feito no país, uma vez que entrou em vigor o Programa de Reprodução no canil central da PF no Distrito Federal.

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Rony, é um Pastor Alemão da Polícia Federal

Os animais desembarcam adultos no país, após seleção feita por agentes brasileiros. As principais características levadas em consideração são o porte médio, o interesse por brinquedos e a aceitação em ser conduzido por alguém. O equilíbrio emocional, ou seja, o fato de o animal não desistir da atividade por causa de calor, frio ou de alguma outra condição adversa também é importante. A raça, por sua vez, não é um critério de escolha primordial. São aceitos cães mestiços, desde que preencham os requisitos procurados e estejam saudáveis. Ainda assim, pastores-alemães e belgas malinois são os mais usados.

 

Grupo de Operações com Cães (GOC PRF)

O Grupo de Operações com Cães da PRF atua nas rodovias federais e locais de interesse da união empregando cães de trabalho no enfrentamento ao tráfico de drogas, armas, munições e ainda na segurança dos grandes eventos quando na identificação de substâncias explosivas.

Os Grupos de Operações com Cães funcionam de forma descentralizada nas principais regiões do país. Em cada Estado existe um policial PRF responsável pelo canil. Sua principal característica, além do enfrentamento ao crime, é a mobilidade com que opera, podendo executar suas ações de fiscalização em qualquer rodovia.

 

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Os animais escolhidos para atuar na PRF começam suas carreiras muito cedo. Aos quatro meses de idade os cães passam por uma triagem, baseada nas suas qualidades naturais. A partir desse momento, as características dos bichos são melhoradas. Por volta do primeiro ano de vida, o cão está pronto para atuar junto com o policial nas rodovias federais.

Cães nas polícias estaduais

Não há uma doutrina central a ser seguida pelas polícias civil e militar no uso de cães policiais no Brasil. Cada corporação realiza sua forma de atuação e tem sua própria regra de criação e manutenção dos canis.

Um dos mais antigos é o Batalhão de Ações com Cães (BAC) da Polícia Militar do Rio de Janeiro, fundada em 6 de novembro de 1955 pelo Coronel João Ururahy de Magalhães, com o nome de Serviço de Cães.

O BAC tem como atividade principal o emprego de cães em atividades como faro de armas, drogas, explosivos, busca e captura de pessoas perdidas, soterradas e/ou homiziadas e ações de choque, intervenção tática ou patrulhas de operações com cães.

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As estrelas do Batalhão de Ações com Cães. Divulgação BAC/PMRJ

Por duas vezes, eles venceram o prêmio da Secretaria de Segurança por superar indicador estratégico, na categoria unidades especializadas e também receberam certificação internacional.

Feijoada e Stive

Também é muito comum nas polícias estaduais o uso de cães para ajudar na vigilância de delegacias e batalhões.

Um desses cachorros é tido pelos policiais da Delegacia de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, como um dos fatores que ajudou a acabar com as fugas de presos. Stive, como é chamado, foi adotado em 2013. Mesmo sem treinamento especializado, ele sempre avisa os policiais quando algo estranho acontece.

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O vira-lata atende alguns comandos, acompanha os policiais na viatura e não deixa estranhos se aproximarem da carceragem. “Ele aprendeu tudo sozinho. A gente fala que tem preso tentando fugir e ele sai correndo e latindo. Se a gente o chama para uma ocorrência, ele vem”, contou um dos policiais.

No Rio de Janeiro, na Delegacia do Recreio dos Bandeirantes, policiais adotaram um vira-lata que apareceu certo dia. Todos se juntaram para cuidar do cachorro, não só com água e comida, mas também um check-up completo no veterinário. “Feijoada”, como foi chamado, adotou também os policiais e passou a tomar conta do local, principalmente durante a noite.

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“Feijoada” ajudou policiais na Delegacia do Recreio dos Bandeirantes – RJ

Depois de certo tempo, “Feijoada” sumiu. Quem souber de seu paradeiro pode nos avisar por e-mail, as policiais civis Daniella e Adriana vão agradecer muito.

Isso demonstra o apego desses profissionais pelos cães e o prazer dos caninos pelo trabalho policial. Portanto, reforça o ditado: cão, o melhor amigo do policial.

Fonte: Saga Policial, DPF, DPRF, BAC PMERJ, ja.lemos@abril.com, Estadão, G1.

4 respostas para “Cão, o melhor amigo do policial”

  1. Amauri sena disse:

    Sub ispetor SeNA guarda minc. Cabo de santo agostinho nossa instituições tem grande interesse de visitar sua divisão aqui em Recife se pocivel for 81 9 88023545

  2. Thaís disse:

    Existe algum tipo de treinamento ou adestramento feito pela polícia voltado pra população? Por exemplo algum lugar onde as pessoas possam levar seus cães para serem adestrados?

  3. Isadora disse:

    Muito bom saite. muito completinho, perfeito

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