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OPB – surge uma nova ordem na Segurança Pública do Brasil

Criada recentemente, a Ordem dos Policiais do Brasil (OPB) representa o interesse de 11 categorias ligadas ao sistema de segurança pública brasileiro. Entrevistamos o presidente executivo da OPB, Frederico França, que faz questão de deixar claro: “a segurança pública é da sociedade e para a sociedade; não para afagar interesses de governantes e de castas internas.”    

16/04/2015 – Saga Policial /

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Frederico França – OPB

Frederico França, presidente executivo da OPB, é servidor público desde os 18 anos, quando ingressou nos quadros do TJPE, permanecendo por 11 anos, quando em 2002 ingressou na PRF. Fez o curso de formação no Rio Grande do Sul e no ano seguinte foi lotado neste estado, permanecendo por 2 anos, quando foi transferido, a pedido, para Pernambuco, onde permanece até hoje. Está presidente do SINPRF-PE desde 2013. Também está presidente da CHDi – Cooperativa Habitacional de Desenvolvimento Imobiliário do Brasil desde 2012 e antes foi Presidente da Federalcred-PE – Cooperativa de Crédito dos Servidores Federais em Pernambuco, além de presidir o Conselho de Administração da Federalcred-NE e ter sido também o Diretor Administrativo da Federalcred Central.

Após a apresentação de seu currículo, Frederico França explicou: “tive a sorte de ter desafios disponíveis e a coragem de aceita-los. Todos os conhecimentos adquiridos em minhas trajetórias estão servindo para ajudar no projeto OPB. Mas o sucesso inicial da OPB não aconteceria se não fossem os abnegados profissionais que levantaram a ideia e estão ajudando a construir e fortalecer as bases dessa grande instituição. Os créditos são todos do grupo. Eu apenas estou na coordenação geral.”

LEIA A ENTREVISTA COMPLETA:

– O que é a Ordem dos Policiais do Brasil (OPB), como surgiu e quais seus principais objetivos?

A Ordem dos Policiais do Brasil – OPB surgiu pela união de vários profissionais nas redes sociais. Uns indicavam os outros para entrar no grupo e houve uma crescente ampliação na participação de lideranças de todas as unidades da federação. Foram várias as discussões e vimos que tínhamos muito em comum, o que nos propiciou chegar a um objetivo unânime: Lutar pelas demandas comuns das categorias representativas na OPB. Após várias discussões a OPB decidiu lutar pela reformulação ampla da segurança pública, onde todas as polícias sejam: 1 – de Ciclo Completo, 2 – de Carreira Única e 3 – que Garantam os direitos civis e humanos aos seus profissionais.

“a OPB decidiu lutar pela reformulação ampla da segurança pública, onde todas as polícias sejam: 1 – de Ciclo Completo, 2 – de Carreira Única e 3 – que Garantam os direitos civis e humanos aos seus profissionais”

– Por que os oficiais das Polícias Militares e Bombeiros Militares, além dos delegados, não podem se filiar a OPB? Haverá exceções?

A OPB, em sendo uma associação representa seus filiados e como a proposta principal é reformular a segurança pública, unimos as categorias que tenham maior facilidade de se conversar e entrar num consenso. E as categorias que não figuram em nosso estatuto nesse primeiro momento têm interesses divergentes e às vezes conflitantes com as propostas da OPB.

Representamos a grande maioria dos profissionais de segurança pública que sofre na pele suas consequências maléficas e sabem o quanto é ruim para um país ter instituições ineficientes e desfocadas da realidade mundial.

No momento em que houver mais categorias, além das 11 iniciais (Agentes de Trânsito; Agentes Penitenciários; Bombeiros Militares; Guardas Municipais; Guardas Portuários; Policiais Civis; Policiais Militares; Policiais Federais; Policiais Ferroviários Federais; Policiais Legislativos e Policiais Rodoviários Federais), interessadas em aderir à OPB e dispostas a abrir mão de seus interesses próprios em prol dos princípios da Ordem dos Policiais do Brasil, serão bem vindas. O importante é termos um sistema de segurança pública cumprindo seu papel na sociedade e com a sociedade.

“Representamos a grande maioria dos profissionais de segurança pública que sofre na pele suas consequências maléficas e sabem o quanto é ruim para um país ter instituições ineficientes e desfocadas da realidade mundial.”

– Qual será a principal forma de atuação da OPB? 

No primeiro momento atuaremos no fortalecimento dos profissionais da segurança pública. Para tanto estamos investindo forte na divulgação positiva da imagem desses profissionais. Hoje, estamos vivendo uma inversão de valores. Os policiais estão sendo vítimas de uma “policiofobia”, ou seja, uma aversão aos profissionais de segurança pública generalizada, com o apoio de alguns meios de comunicação sensacionalistas e de pessoas interessadas no distanciamento da sociedade com a segurança pública. Posteriormente ampliaremos nossa participação em todos os meios representativos das nossas 11 categorias junto ao governo e à sociedade. E ao final, seremos a principal instituição da categoria policial no Brasil.

– O que a OPB possui como principal diferença em relação a outras entidades que atuam a nível nacional, como a COBRAPOL, FENAPEF e FenaPRF?

A FenaPRF, a FENAPEF e a COBRAPOL são entidades de classe legítimas, exemplares que defendem os interesses de suas respectivas categorias a nível nacional.

Em todas as nossas discussões destacamos que os problemas da segurança pública são muito complexos, mas de resolução relativamente simples. Essa simplicidade não quer dizer que seja fácil, inclusive perpassa pela reformulação da segurança pública brasileira. Ela precisa ser eficiente e eficaz dando a segurança necessária à população.

E para mudar a segurança pública, necessitaremos mudar a Constituição Federal e alguns ordenamentos jurídicos. Sem uma força concentrada dos profissionais não há como fazer isso.

Existem hoje alguns parlamentares que até querem iniciar essa mudança com foco na sociedade, contudo se esbarram na pressão de setores representativos que não querem que a segurança pública funcione. A OPB veio para preencher essa lacuna de representatividade concentrada com foco na reformulação da segurança pública brasileira. O cidadão merece estar seguro e paga caro por não sê-lo.

– Como a OPB pretende combater os lobbies no Congresso Nacional que não desejam mudar a estrutura da Segurança Pública no Brasil?

Não há outra forma de suplantar os lobbies no Congresso Nacional senão unir forças ampliando a pressão política. Aliado a isso deveremos cada vez mais ampliar nossa representação política. Os profissionais da segurança pública já iniciaram esse processo no ano passado, onde, mesmo que isoladamente, ampliaram sobremaneira a quantidade de deputados estaduais e federais das 11 categorias que compõe a OPB. Imaginem unidos?

Será uma tarefa árdua e longa, mas estamos dispostos a enfrentar qualquer desafio. Afinal, o maior beneficiado na melhoria da segurança pública é a sociedade.

– Em 2014, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública revelou pesquisa onde 99% dos policiais brasileiros reclamam que recebem baixos salários e 98% dizem que sua formação dentro da polícia é deficiente. Na prática, quais as conquistas que os operadores da segurança pública no Brasil podem obter com as mudanças defendidas pela OPB?

Há tempos que os profissionais atacavam as consequências da insegurança e de forma isolada. Com a OPB, criamos a visão de que só conseguiremos a melhoria na segurança pública com união e atacando as causas. Neste sentido, teremos profissionais trabalhando em uma estrutura melhor e mais eficiente, que será naturalmente reconhecida pela sociedade, que por sua vez defenderá a valorização de seus profissionais de segurança pública. A valorização será uma luta constante, que só com a nossa união lograremos êxito.

Vamos criar um Instituto de Pesquisa e desenvolvimento na área de segurança pública, com vista a subsidiar a qualificação constante de nossos profissionais. Seremos, à longo prazo, a referência nos estudos e pesquisas na área de segurança pública do país. Enquanto isso não acontece, cobraremos dos governos a qualificação constante dos nossos profissionais.

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Nova Logo da OPB

– De cada 100 pessoas assassinadas no mundo, 13 são no Brasil. Isso confere ao país o maior número absoluto de homicídio no planeta. É o que sinalizou levantamento pioneiro da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgado ao final de 2014. Adicione a estes números uma taxa ínfima de elucidação dos casos. A atuação da OPB no campo da segurança pública está atrelada na redução desta alarmante estatística?

Realmente o Brasil é um País do faz de contas. Governos fingem que fazem segurança pública, a imprensa divulga os fatos colocando a culpa no profissional da ponta e a população acredita que esse modelo pode ainda servir. Como algo assim pode continuar? Em nenhum país desenvolvido ou em desenvolvimento aplica o modelo de segurança pública brasileiro. Quem está certo? O Brasil ou praticamente o resto do mundo? A resposta está na sua pergunta. A altíssima taxa de homicídios, atrelada a baixíssima taxa de elucidação de crimes, que não chega à 8%, mostra que estamos utilizando um modelo ultrapassado há séculos e querendo resultados melhores na atualidade.

A OPB defende a reformulação substancial na segurança pública, onde deixemos de ter meias-polícias e passemos a ter polícias de ciclo-completo, ou seja, a polícia que prende é àquela que age em toda a persecução criminal. Aliado a isso temos que desburocratizar nossas polícias, deixando-as mais céleres e eficientes, onde todo o trabalho policial seja entregue diretamente ao Promotor ou ao Juiz, dependendo do caso. Defendemos também que todas as polícias sejam de Carreira Única para diminuir e muito os atritos internos e utilizar a meritocracia como requisito para ocupar os comandos das instituições policiais. Nesse caminho, teremos carreiras atrativas e manteremos os excelentes profissionais que se desenvolverem no decurso de suas carreiras. E por fim, defendemos que todas as instituições de segurança pública garantam os direitos civis e humanos para todos os seus profissionais. Tem que acabar com a expressão “faça porque eu estou mandando”. Essa gestão de pessoas do século XIX não pode mais existir na segurança pública. As lideranças devem prevalecer e serem reconhecidas como tal. Da mesma forma, os profissionais devem ter autonomia de ação, conforme as capacitações sejam desenvolvidas para esse fim.

Os leitores podem estar se perguntando se esse modelo proposto não é uma fantasia dos OPBs. Pois bem, em vários países desenvolvidos esse modelo é praticado há décadas e aqui no Brasil temos exemplo que se aproxima do que propomos: a carreira de Policial Rodoviário Federal – PRF. Esta carreira, para ser completa, necessitaria apenas implantar o ciclo-completo, pois já é de carreira e cargo único, garantidora dos direitos civis e humanos, mesmo trabalhando fardados.

Se o Brasil quiser mudar as estatísticas da “insegurança pública”, precisa mudar seu modelo de segurança pública. Enquanto isso não acontecer, continuaremos sendo o País do faz de contas.

“Tem que acabar com a expressão “faça porque eu estou mandando”. Essa gestão de pessoas do século XIX não pode mais existir na segurança pública.”

– De que maneira a população brasileira e sua sociedade organizada poderá contribuir com a luta da OPB?

Inicialmente, a sociedade, mas especificamente os profissionais de segurança pública, podem contribuir divulgando a OPB nas redes sociais (curtindo nossa fanpage e compartilhando nossas publicações) e cobrando nas manifestações a reforma da segurança pública nos moldes em que a OPB defende. Existem várias reformas pontuais sendo defendidas, contudo algumas delas estão contaminadas com interesses pessoais e com a perpetuação no poder à custa do sofrimento da população.

Uma coisa que devemos deixar bem claro. A segurança pública é da sociedade e para a sociedade e não para afagar interesses de governantes e de castas internas. Por isso que devemos cada vez mais aproximar os profissionais da segurança pública da sociedade e vice-versa.

– Quais os números atuais de filiações da OPB e sua taxa de crescimento? Como se filiar? Quais os canais de comunicações e metas para o futuro?  

Nossa instituição conta com apenas 2 meses de existência e já temos 200 filiados formais e esse número cresce a cada dia. Para se filiar, os profissionais das 11 categorias (Agentes de Trânsito; Agentes Penitenciários; Bombeiros Militares; Guardas Municipais; Guardas Portuários; Policiais Civis; Policiais Militares; Policiais Federais; Policiais Ferroviários Federais; Policiais Legislativos e Policiais Rodoviários Federais) devem acessar nosso site www.opbrasil.org e preencher o formulário on-line.

Além do site, temos a fanpage www.facebook.com/ordemdospoliciaisdobrasil, o twitter @OPB_Brasil e o email cadastro@opbrasil.org.br.

 A luta dos OPBs é o interesse da sociedade e a luta da sociedade é o interesse dos OPBs.

Ordem dos Policiais do Brasil – Unir e Conscientizar por uma sociedade melhor e mais segura!

Frederico França – Presidente Executivo da OPB

Fonte: Saga Policial

3 respostas para “OPB – surge uma nova ordem na Segurança Pública do Brasil”

  1. ANTONIO MAIA disse:

    Solicito orientações para o cadastro na Ordem.

    Antonio Maia – Policial Ferroviário.

    Fortaleza/Ce.

  2. ORCELIO DEODATO DE AQUINO disse:

    Como faço para me filiar?

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