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Policial por vocação, abandono por opção

“Insanidade é fazer repetidamente a mesma coisa e esperar resultados diferentes” 

15/10/2014

Copio e colo, sem dó nem piedade, postagem feita pelo nosso amigo Marcos Do Val em seu perfil no Facebook.

A postagem feita por ele tratou de MAIS UM PEDIDO DE EXONERAÇÃO feito por um colega da Polícia Civil de Santa Catarina.

Mais um VOCACIONADO que “jogou a toalha”, como tantos e tantos outros têm feito aqui na Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, caminho que LAMENTAVELMENTE também eu seguirei muito em breve.

Uma instituição, qualquer instituição, que NÃO VALORIZA os seus quadros e cuja “competência” não se mede pela qualidade, mas apenas por indicações, preenchendo cargos de Chefia e Direção com neófitos e despreparados, tende mesmo a definhar.

Mas…

Os “çábios” do nosso Legislativo e do Executivo, auxiliados pelos deuses do Judiciário e pelos inteligentes e diligentes membros do Ministério Público certamente devem estar SATISFEITOS com os resultados e a qualidade (Hahahahahaha…) das investigações levadas a cabos pelas Polícias Civis de todo o país.

Não fosse assim já teríamos parado o “ônibus” para discutir DE VERDADE o modelo de polícia que a sociedade deseja ver implementado nessa nossa DEMOcracia.

Então…Segue o texto dos colegas:

Marcos Do Val:
– Fiquei triste em saber que mais um policial pediu exoneração pelo descaso do estado e pela crise que está na Policia Civil de Santa Catarina.

Segue para conhecimento de todos a mensagem de despedida do policial Ícaro Kruger Stuelp:

Dois anos, sete meses, dezoito dias.
Esse é o tempo que estou na Policia Civil de Santa Catarina.
Este é o tempo que “estou policial”.

Estou policial pois é uma condição que se aplica, não nasci assim e vim comunicar aos colegas que não mais assim serei.

Hoje entreguei a arma, o colete, a algema e a funcional.

Pedido de exoneração já foi encaminhado.

Hoje encerro minhas atividades na Policia Civil de Santa Catarina.

Dois anos, sete meses, dezoito dias.

Foi um tempo em que aprendi muito, evoluí muito, e do qual me orgulho pelo que fiz e pelas pessoas com quem convivi.
Hoje eu sei que eu aprendi nesse período coisas da vida que não aprenderia em lugar algum.

Estou saindo não por ter passado em outro concurso, não pelo dinheiro não fazer falta, nem por simples e pura vontade.

Estou saindo porque aprendi, nos últimos meses, que o que mais vale para o ser humano é ser tratado como tal, o que mais vale para o ser humano é a qualidade de vida, e o que mais vale para o indivíduo é ter um objetivo.

Sairei sem ter passado em outro concurso, sem poder me sustentar por conta, sem algo em vista. Mas sairei. 

Não aguento mais as condições de trabalho na Policia Civil.

Não aguento mais ver as nomeações políticas para certos órgãos.
Não aguento mais ver as pessoas reclamando de salário quando o maior problema é que não realizamos a nossa função.
Se nós fossemos policiais no sentido literal da palavra não estaríamos registrando boletins de ocorrência que não vão dar em nada.
Estaríamos investigando. 
Mas isso é privilégio de poucos.

O Estado perde muitos policiais por não saber valorizar a mão de obra que tem.
Conheço muitos policiais que querem ser policiais e se todos fossemos colocados para realizar nossas funções trabalharíamos e renderíamos inúmeras vezes mais do que o esperado.

Se pudéssemos ser policiais nós investigaríamos, passaríamos dias e noites resolvendo casos e nem nos preocuparíamos com as horas trabalhadas.

A paixão de muitas das pessoas que estão na polícia e a paixão de muitas pessoas que deixam a polícia é a polícia.
Eu não gostaria de sair. Mas a última coisa que sou é policial.

Eu sou “beólogo” (Referência aos “BO”s” – Boletins de Ocorrência).

E olha que só no tempo que estou na DPCAMI de Joinville realizei, com o apoio de incríveis policiais que por aqui passaram e que por aqui continuam, quase uma centena de cumprimento de mandados de busca e apreensão, mandados de prisão, solução de casos emergenciais de “Maria da Penha” e prisões em flagrante.

Infelizmente foram vários policiais que deixaram esta delegacia e que deixaram a Polícia Civil este ano. Comigo são seis pessoas a menos no efetivo da DPCAMI de Joinville, sem qualquer reposição.

Há policiais muito dedicados que estão saindo em busca de algo melhor. Policiais que fizeram muito pela policia de uma forma geral. Dentre eles menciono a ex-policial Bia Alvarez, que trabalhou na DPCAMI de Joinville e que todos conhecem por sua notória garra, vontade e caráter.

Ela fez muito pela policia, mas infelizmente também nos deixou.

Eu sinto a mesma coisa, não tive um terço da capacidade dela, mas me esforcei ao máximo para fazer o melhor, mas mesmo assim ouvi por algumas vezes que “prego que se destaca leva martelada”.

Desejo a todos que ficam uma boa sorte.

Se quiserem continuar brigando por salário, continuem.

Não vão melhorar nada e logo estarão brigando por salário novamente.

Não é de dinheiro que somos feitos. É de objetivos.

Se quiserem brigar a boa briga, se quiserem uma luta que valha a pena briguem para que a Polícia Civil possa cumprir sua função exclusiva, investigar e solucionar crimes.

Aí a valorização do serviço será consequência necessária.

Desejo a todos a melhor das sortes.

Obrigado a todos pelo tempo que passamos juntos.

Não se deixem usar. 

A vida é feita de decisões e decisões nunca são fáceis.

Essa decisão não foi fácil pra mim, mas tenho certeza que foi a mais acertada.

Gostaria de encerrar com a definição de Einstein para insanidade, que me fez muito sentido ultimamente. Para ele Insanidade é fazer repetidamente a mesma coisa e esperar resultados diferentes.”

Fonte:  http://grupopcerj.tumblr.com/ por Inspetor Figueiredo.

Uma resposta para “Policial por vocação, abandono por opção”

  1. Mariana Reis disse:

    O colega policial está coberto de razão. Melhor abandonar o barco enquanto ainda é cedo que continuar remando contra a maré tornando sua vida e a dos seus extremamente infeliz. No estado é assim que as coisas funcionam, oportunidades para poucos e insatisfação para muitos. Bola pra frente! Você não está plantado, então, faça acontecer, mude!

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