E-mail de contato

contato@sagapolicial.com

Redes sociais

Transparência pública revela discriminação salarial aos agentes da Polícia Civil do Rio de Janeiro

Veja a comprovação de que a polícia investigativa no Rio de Janeiro não possui prioridade quanto às remunerações de seus agentes. A quem interessa prejudicar as investigações mantendo a desmotivação dos policiais civis?  

22/12/2013 – Marcio Bastos*/

A lei 12.527/11, chamada Lei da Transparência Pública, que proporcionou acesso aos salários dos agentes públicos, entre outras várias regulamentações de acesso a informações, completou 2 anos em novembro de 2013 e como exemplo de sua utilização realizamos uma pequena pesquisa remuneratória.

Limitando nossa análise aos agentes públicos relacionados com o sistema de segurança pública do Rio de Janeiro, através do site de “consulta às remunerações”, disponibilizado ao público pelo Governo, por força da referida lei, após breve pesquisa, desvendamos uma latente discriminação salarial aos agentes da Polícia Civil do Rio de Janeiro.

Foram pesquisados os salários de 30 agentes públicos, com exatos 3 anos de tempo de serviço, da Polícia Civil, da Polícia Militar e da SEAP (Secretaria de Administração Penitenciária), todos do Estado do Rio de Janeiro. Após esta primeira análise, pesquisamos também os salários de agentes das mesmas corporações com no mínimo 10 anos de serviço público.

Importante salientar que dentre os cargos pesquisados, apenas os cargos da Polícia Civil, delegado e agente, possuem o nível superior como escolaridade exigida para ingresso, com exceção ao cargo de investigador. Todos os outros cargos, da Polícia Militar (oficiais) e da SEAP (inspetores), a formação mínima exigida para ingresso é apenas o nível médio.

A pesquisa nos revelou que o salário bruto médio de um agente da Polícia Civil, com 3 anos de serviço, é de R$ 4.085,00 (incluindo eventuais gratificações, as quais não são reveladas no site pesquisado).

No mesmo período de serviço, ou seja, 3 anos, encontramos como salário bruto médio de um Oficial da Policia Militar o valor de R$ 5.523,00 e de um Inspetor Penitenciário o salário bruto de R$ 4.116,00.

Portanto, de maneira simples, prática e objetiva, sem mensurar as responsabilidades de cada cargo ou valorar a sua importância dentro do sistema de segurança pública, enfatizando tão somente a escolaridade exigida, vemos que o policial civil possui como ingresso ao cargo a exigência do maior nível de escolaridade e recebe em troca o menor salário bruto médio.

A situação piora quanto comparamos o salário dos agentes da Polícia Civil, de nível superior, com os delegados, também de nível superior (exigido bacharel em Direito), dentro da mesma instituição policial. A pesquisa nos revelou que com 3 anos de serviço um delegado do Rio de Janeiro possui um merecido salário bruto médio de R$ 18.033,00 contra os R$ 4.085,00 dos policiais civis, uma diferença absurda de 450% entre dois cargos que compartilham os trabalhos dentro da mesma polícia judiciária.

A discriminação aos policiais civis do Rio de Janeiro continua quando comparamos os salários dos agentes com no mínimo 10 anos de serviço público. Um policial militar com 16 anos de serviço público, já no cargo de Major, possui salário de R$ 11.440,00 – com o mesmo nível médio exigido para ingresso, enquanto temos policiais civis com 32 anos de serviços prestados, o dobro do policial militar, que recebem o salário bruto de R$ 7.800,00, em cargo de nível superior, uma diferença de 146%.

A intenção da divulgação da pesquisa comparativa é comprovar a discriminação salarial dos policiais civis do Rio de Janeiro que não possuem a mesma merecida valorização dos outros cargos que participam do sistema de segurança pública estadual, incoerente com a exigência de escolaridade superior, contribuindo negativamente na busca por um sistema policial qualitativo, eficaz e eficiente.

As consultas remuneratórias estão abertas ao público para eventuais contestações, fato proporcionado pela lei 12.527/11, Lei da Transparência Pública, enfatizando uma incoerência na segurança pública carioca, dentro da máxima de que contra fatos não há argumentos.

*Marcio Bastos (conhecido também por Marcio Gerente), administrador do site Saga Policial, é policial civil ativo do Rio de Janeiro, conselheiro do CONSPERJ  e vice-presidente do SINDPOL/RJ.

Fonte da pesquisa: www.consultaremuneracao.rj.gov.br/pages/welcome.jsf

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

48
69
70
71
72
317
Gostaria de anunciar ou apoiar o site

Parceiros

Gostaria de anunciar no nosso site, fazer uma parceria ou apoio? Saiba mais informações entrando em contato conosco através dos nossos canais de comunicação.

Entre em contato

O Saga Policial

O Saga Policial nasceu em maio de 2008 e se orgulha de ajudar milhares de candidatos nos concursos públicos da área policial por todo o Brasil, além de contribuir na luta diária por uma segurança pública melhor para todos nós.