Da euforia ao desalento. Leia depoimento de um aprovado no concurso da Polícia Civil do Tocantins. Aprovados em concurso, desde dezembro de 2014, ainda não foram chamados. Inquérito civil apura irregularidades e deficiências nas delegacias do estado. 

30/06/2015 – Saga Policial/

O Ministério Público Estadual (MPE) instaurou um inquérito civil para apurar irregularidades e deficiências no funcionamento de Delegacias de Polícia do Tocantins. A medida foi necessária devido ao número insuficiente de delegados, escrivães, agentes e outros servidores públicos.

Enquanto isso, desde 18 de dezembro de 2014 foi publicado lista de aprovados no último concurso da Polícia Civil do Tocantins para os cargos de delegado, agente de polícia, escrivão, agente de necrotomia, papiloscopista, médico legista e perito criminal, que ainda não foram convocados para o curso de formação.

O Saga Policial procurou o Governo do Tocantins para obter alguma previsão sobre o certame da Polícia Civil, mas não obteve resposta. Essa situação é lastimável e somamos força junto aos órgãos competentes para obter rapidamente uma solução para este absurdo!

Da euforia ao desalento. Veja depoimento de um dos aprovados para o cargo de delegado neste concurso:

Olá Saga Policial! Sou um dos 126 aprovados no concurso para Delegado de Polícia Civil do Tocantins, concurso este que está paralisado desde 18 de dezembro de 2014, quando da publicação da lista final de aprovados.

Há algum tempo nós, aprovados, estamos buscando informações sobre o prosseguimento do certame, porém não obtivemos resposta positiva por parte do Governo do Estado, como se não houvesse interesse pelo andamento no concurso e aumento do efetivo policial. O concurso necessita da realização do Curso de Formação Policial, seguido das nomeações/posse dos aprovados.

Já passou mais de um ano desde a realização das provas objetivas e discursivas (realizadas em 25 de maio de 2014), e até então não temos nenhuma perspectiva ou mesmo data para matrícula no CF. O mesmo ocorre para os outros cargos, agente de polícia, escrivão, peritos criminais, etc.

A criminalidade do Tocantins está aumentando, e presos estão sendo liberados pela falta de delegados em várias cidades do Estado, isso quando não levam o preso para o Ministério Público para este lavrar o flagrante, TOTALMENTE ILEGAL, uma vez que, nos termos do Código de Processo Penal, apenas a AUTORIDADE POLICIAL (DELEGADO DE POLÍCIA) pode lavrar flagrante!

Importante ressaltar que Lei Estadual prevê que deve haver o número de 244 delegados de policia civil, no entanto, existem cerca de 130, dos quais, mais de 20 estão cedidos a outros órgãos, restando pouco mais de 100 delegados para atender 139 municípios, fora as aposentadorias que farão o Estado até o fim deste ano, no final vai sobrar algumas dezenas de delegados. Além disso, existem delegados que estão assumindo 8 delegacias simultaneamente, essa acumulação gera um desserviço à sociedade, uma vez que é humanamente impossível você assumir tantas delegacias e manter a qualidade do serviço.

Diante deste quadro, de falta de interesse do Governo e do baixíssimo efetivo da Polícia Civil, estamos buscando apoio para que nos ajudem a tornar notória a situação que passa a Polícia Civil do Tocantins e que nós aprovados estamos enfrentando, expondo em sua mídia, facebook, de modo a escancarar e chamar a atenção do governo para nossa convocação.

No que puderem ajudar, agradecemos de todo coração, pois estamos lutando para contribuir com a Polícia em defesa da sociedade de nosso estado.

Desde já, muito obrigado pela atenção!

Aproveito o ensejo para compartilhar com vocês minha luta nos concursos, pois sei que em seu site essas histórias têm muita força para quem está na batalha dos concursos, e já li muitas histórias publicadas por vocês, e que me inspiraram bastante para que eu conseguisse a tão sonhada aprovação!

“Acompanho o Saga policial desde que iniciei os estudos para concurso da área policial, em meados de 2013, quando estava concluindo a faculdade de Direito no 9º semestre. Fiz provas para Delegado PCBA, perdi; Delta Federal, por 3 questões fiquei fora da nota de corte; Fiz PRF, fui aprovado, porém, fui eliminado no TAF (prova da corrida). Após essas derrotas, estabeleci como meta de vida ser aprovado para delegado antes dos 25 anos de idade, e por incrível que pareça, depois de muito estudo, horas de privação de vida social, o concurso seguinte que eu fiz, Delegado de Polícia Civil – Tocantins, sou aprovado dentro do número de vagas, aos 23 anos de idade. Mas minha vitória só foi vitória depois de eu ter sido aprovado no TAF, uma vez que eu já havia perdido no TAF da PRF. Pra mim, o sabor de vitória só veio depois da aprovação no Teste Físico, pois eu ainda tinha muito medo em falhar novamente. Mas graças a Deus, deu tudo certo no TAF, naquele momento, me senti mais feliz do que quando recebi o resultado da prova! Atualmente estou ansiosamente aguardando a convocação para início do Curso de Formação, para dar início às atividades policiais que sempre almejei!”

– (O candidato que nos enviou os depoimentos solicitou sigilo na divulgação de seu nome).

Fonte: Saga Policial