Livro lançado hoje retrata trajetória de policiais federais, desde o ingresso na carreira até a aposentadoria – leitura obrigatória para quem deseja entrar para o DPF.

14/08/2014

O livro “Policial Federal: retratos de vidas e carreira” será lançado hoje, dia 14 de agosto, às 20h, na Livraria Saraiva do Shopping Iguatemi, em Florianópolis. A obra é inspirada em vivências de um grupo formado por oito profissionais – entre eles psicólogos, assistentes sociais e policiais federais – que realizaram pesquisas ou atuaram junto à Policia Federal (PF). O resultado é uma coletânea de textos que resgatam as vivências de policiais federais e servidores da Superintendência Regional de Santa Catarina, desde o início da carreira até a aposentadoria.

A ideia de escrever um livro sobre o tema surgiu, em 2009, logo após o término do mestrado em Psicologia na UFSC da psicóloga Marilaine Bittencourt de Freitas Lima (responsável pela organização dos textos, juntamente com a psicóloga Dulce Helena Penna Soares), quando ela pesquisou sobre o uso do tempo livre pelo policial federal aposentado. Mas, somente em 2011 é que o projeto começou a ser colocado em prática.

A proposta dos autores teve como foco a carreira do policial, desde seu ingresso, por meio de concurso público, até a sua aposentadoria. Para tanto, foram utilizadas histórias de vida e experiências relatadas por diferentes policiais entrevistados para os objetivos do livro. Em seus relatos, eles revelaram a importância de resgatar suas vivências profissionais, as dos colegas aposentados e as daqueles ainda em atividade.

Além de Dulce e Marilaine, também assinam a obra como autores as assistentes sociais Cristiane Coelho de Campos Marques e Fabiana Regina Ely; os psicólogos Iuri Novaes Luna e Maria da Graça Ballardin; e os policiais federais José Carlos Nedel Fagundes e Mírian Kruse dos Santos.

Os 10 capítulos

O trabalho de pesquisa abrangeu funcionários de todos os cargos, funções, níveis e qualificações, os quais contaram suas histórias e autorizaram a relatar algumas partes no livro. O livro contém 10 capítulos, divididos em duas partes. A primeira parte, intitulada “POLICIAL FEDERAL: Retratos de vida até a Aposentadoria” é composta de seis capítulos e retrata a trajetória profissional do policial federal, desde as escolhas profissionais, ou seja, desde o momento da decisão de querer ser policial, passando pela aprovação em concurso e pela academia, para depois entrar, atuar e aposentar-se na Polícia Federal.

No primeiro capítulo, discutiu-se o trabalho como central na vida das pessoas e seus diferentes sentidos e implicações na forma de viver, e na formação da identidade profissional. Sob a perspectiva da importância do trabalho e da visão do homem como sujeito e construtor de sua própria história, Iúri, Marilaine e Dulce abordam as “Escolhas Profissionais: por que ser policial federal?”.

O segundo, “Um dos Concursos Mais Disputados do País: Processo Seletivo para a carreira de Polícial Federal”, escrito por Mírian, aborda a escolha pela carreira policial, mesmo diante do desafio de enfrentar um dos mais concorridos concursos públicos do país. Apresenta também duas histórias de superação de dificuldades para a efetivação do concurso.

O terceiro capítulo, “Tempo de Formação na Academia Nacional de Polícia”, de autoria de Maria da Graça, trata do tempo de formação na academia. Após o candidato ser aprovado em concurso, inicia-se a formação em Brasília, onde são repassadas condutas profissionais e apresentado o cotidiano do policial federal, finalizando com outro momento de tensão, a aprovação e escolha do local da primeira lotação.

O quarto, escrito por Mírian, Cristiane e Fabiana, “Sou Policial Federal, e Agora?”, apresenta o momento de entrada de fato na instituição Polícia Federal, onde o funcionário depara-se com os valores institucionais e toda a estrutura de funcionamento.

O quinto capítulo, escrito por Marilaine, Dulce e Iúri, “Histórias de Vida”, apresenta relatos dos policiais novatos e daqueles chamados “das antigas”. Tais relatos retratam momentos singulares, em que tiveram de vencer vários percalços, como arrumar viaturas, pagar o conserto da própria arma, e muitos outros, pois a instituição Polícia Federal estava apenas começando a estruturar-se e as condições de trabalho eram pouco mais que rudimentares.

O sexto capítulo, também redigido por Marilaine, Dulce e Iúri, “O que Fazer com o Tempo Livre? – A Aposentadoria do Policial Federal” trata do momento de saída da instituição e do período subsequente, a aposentadoria. Neste capítulo são apresentados os significados da aposentadoria, a questão do tempo livre e a possibilidade de construção de projetos de vida no pós-carreira. O texto é uma versão reduzida e revisada da dissertação de mestrado da psicóloga Marilaine Bittencourt.

A segunda parte, “POLICIAL FEDERAL: retratos de carreira”, traz estudos e reflexões sobre a carreira do policial na instituição, relativos à saúde do trabalhador, ao movimento sindical, à gestão no mundo policial, e conclui apresentando a necessidade de se fazerem alguns “divórcios” ao longo da vida e carreira do policial. É composta de mais quatro capítulos.

O sétimo capítulo, intitulado “O Super-Herói (nem tanto) Também Adoece”, de Fabiana, discute o adoecimento dos servidores da Polícia Federal lotados no Estado de Santa Catarina, partindo de dados estatísticos e da escuta dos trabalhadores. Esse texto é uma versão reduzida e revisada da dissertação de mestrado da autora.

O oitavo, “O Movimento Sindical na Polícia Federal, Enfim a Necessária Democracia”, escrito por José Nedel, retrata sua vivência como policial e integrante do movimento sindical da Polícia Federal de Santa Catarina, trazendo as contribuições do sindicalismo para a Polícia Federal.

No capítulo nono, escrito por Cristiane, “Faces do Mundo Policial: Percepção do Trabalho Policial e Processos de Gestão”, apresentam-se as reflexões sobre a complexidade envolvida nos processos gerenciais em uma instituição policial.

E o décimo capítulo, escrito por Maria da Graça, “Polícia Federal: um Casamento e Vários Divórcios”, apresenta as ambiguidades que envolvem o amor pela profissão e os diversos caminhos da construção da identidade profissional, com a necessidade de muitas separações, inerentes ao trabalho do policial.

A obra é finalizada com o texto “A Arte de Sentir e Viver a Carreira Profissional”, num diálogo de despedida, registrando o instigante caminho que envolve a vida profissional: a escolha, a trajetória e a aposentadoria.

Cada capítulo aborda um tema específico e pode ser lido separadamente, e na ordem que o leitor preferir. Reunidos mostram diferentes aspectos da vida pessoal e profissional dos policiais que participaram da história e demonstram as inúmeras facetas desta instigante carreira.

Fonte: Fenapef – Por: Fabrício Severino