Brasil enfrenta déficit de 300 mil policiais e tem o controle de fronteiras fragilizado. Isso é o que vai revelar um estudo do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras que será divulgado hoje. Realização de novo concurso público é solução.

03/03/2016

Entre os dados que mais chamaram atenção dos pesquisadores, está o alto número de homicídios nas divisas com outros países da América do Sul. O índice chega a 100 homicídios para cada 100 mil habitantes. Em regiões metropolitanas, como a do Rio de Janeiro, o índice é de 16 homicídios para cada 100 mil habitantes.

Nas contas do Instituto, o Brasil tem um policial para 400 pessoas, enquanto a média internacional é de um policial para cada 250 habitantes.

E na hora de fazer a distribuição de tarefa, o controle de fronteiras acaba se tornando o último item na lista de prioridades dos governos.

Entre as rotas mais comuns dos traficantes de produtos e drogas estão a BR-163, que corta o Brasil de Belém, no Pará, até o Rio Grande do Sul. E a BR-277 que vai de Foz do Iguaçu, na divisa com o Paraguai, até o Porto de Paranaguá, no Paraná.

O presidente do Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras explica que os criminosos se valem dos caminhos de turistas e comerciantes legais para entrar no país. Luciano Barros explica que na rota do contrabandista, fica um rastro de corrupção.

Um dos crimes associados ao contrabando é o roubo de veículos. Dados do Instituto mostram que o comércio de drogas e produtos ilegais utiliza mais de 70% de veículos roubados.

No topo da lista dos produtos mais contrabandeados está o tabaco, seguido de produtos eletrônicos, relógios, bebidas, cosméticos, pneus e medicamentos. As drogas como a maconha e a cocaína são transportadas com características bem semelhantes às dos cigarros pirateados.

Para tentar diminuir os efeitos do contrabando no país, os representantes do Instituto enviarão uma carta para a presidente Dilma Rousseff, para o Ministério da Justiça e órgãos internacionais como a OEA e a ONU com propostas concretas.

Entre elas está a redução dos impostos para os principais produtos que são alvo do contrabando, com o objetivo de tornar o crime uma atividade economicamente desfavorável.

Outra ação é a imediata realização de concursos públicos para a Polícia Federal, Rodoviária Federal e Receita Federal. A pressão para novos concursos nesses órgãos só aumenta a cada dia.

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Fonte: IDESF