Por Ana Paula, policial civil do Ceará: “escrivães e inspetores têm demonstrado ao longo dos anos o potencial que dispomos para combater o crime”.
05/06/2017
Há 17 anos, fui nomeada escrivã de polícia do Ceará. Lembro-me claramente do sentimento de respeito que sentia pela instituição e da honra em ocupar tão distinto cargo.
Na época, enfrentávamos alguns problemas para os quais ainda não se deu solução: presos nas delegacias, efetivo defasado, assédio moral, perseguições na corregedoria e salários aviltantes.
Durante esse tempo, escrivães e inspetores lutaram com as armas que tinham para mudar esse quadro e conquistar uma mínima dignidade para a categoria.
Não posso ser injusta e deixar de reconhecer algumas iniciativas do governador Camilo Santana no sentido de melhorar a situação.
A própria nomeação do novo secretário, André Costa, um ex-policial civil e que tem se mostrado sensível à causa, pode ser colocada nessa conta.
Entretanto, sem o enfrentamento da delicada questão salarial, da qual se irradiam outros problemas, em especial no que tange a colossal e injustificável distorção em relação ao salário dos delegados, muito pouco se conseguirá avançar rumo ao reconhecimento prometido.
Somos parte de um mesmo corpo que trabalha em conjunto e que, para funcionar a contento, necessita ser impulsionado com a mesma força motriz: valorização.
Independente de todas essas mazelas, escrivães e inspetores têm demonstrado ao longo dos anos, em especial a partir de 2015, o potencial que dispomos para combater o crime.
Nesse período, triplicamos o índice de resolução de homicídios no Estado, o que acabou por reduzir as taxas dessa modalidade de crime.
Avançamos forte em ações contra o crime organizado, em especial, desbaratando laboratórios de drogas e desarticulando quadrilhas interestaduais; somente a Delegacia de Narcóticos apreendeu 1.188 toneladas de drogas em 2016.
Zeramos os índices de sequestros não elucidados. Enfrentamos com coragem os ataques do crime organizado e prendemos vários dos líderes das maiores facções criminosas envolvidas em assaltos a banco.
Podemos fazer mais?
Sim. Podemos!
Deem-nos os meios e mostraremos.
Escrivães e inspetores de Polícia Civil continuarão diuturnamente protegendo e servindo de escudo ao cidadão de bem, pois foi o juramento que fizemos ao sermos empossados.
Esse é o nosso compromisso de luta e do qual não recuaremos jamais.
Orgulho de ser policial civil!
Fonte: Jornal “opovo online” (opinião), por Saga Policial – escrito por Ana Paula Cavalcante, vice-presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Carreira do Estado do Ceará (Sinpol Ceará).
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